A Distribuição Paralela é um fenómeno exclusivamente europeu, consistindo na transação de medicamentos entre Estados-Membros.
Os principais países exportadores para o resto da Europa são Alemanha e França. Cerca de 52% das exportações têm origem nos países da UE com o PIB mais elevado, o que contraria a ideia de que a distribuição paralela ocorre sobretudo dos países com menor rendimento para os países mais ricos.
Cabe a cada um dos Estado-Membros definir qual o preço de determinado medicamento, o que leva à existência de preços diferentes para o mesmo produto e cria a oportunidade para a Distribuição Paralela, através da qual os importadores e exportadores distribuem medicamentos originais de um Estado-Membro da UE para outro a um preço mais baixo e com os mesmos elevados padrões de qualidade e segurança.
Os sistemas de saúde, as farmácias e os doentes beneficiam da diferença de preços entre o medicamento colocado no mercado pelos fabricantes e o medicamento fornecido pelos distribuidores paralelos.
Além disso, no que diz respeito aos medicamentos inovadores e protegidos por patente, os medicamentos distribuídos paralelamente são a sua única fonte de concorrência, um fator que, tendo em conta as poupanças geradas pela Distribuição Paralela, assume especial importância num contexto em que as despesas com Saúde não param de crescer.
Por isso, a nível europeu, as autoridades de saúde, os reguladores e outros atores relevantes do sistema de saúde têm promovido os benefícios do comércio paralelo, bem como os seus efeitos positivos na concorrência e na redução dos custos dos medicamentos.
Finalmente, no caso português, a Distribuição Extracomunitária de Medicamentos assume também um papel muito importante, não só para a economia e para o sector do medicamento de base portuguesa, mas também porque, com muita frequência, é a única forma de garantir o acesso a terapêuticas de qualidade em muitos países, nomeadamente os PALOP.
A Distribuição Internacional de Medicamentos está intrinsecamente ligada à história da distribuição farmacêutica em Portugal.
Inseridos num país historicamente virado para o mundo, há décadas que diversos armazenistas se dedicam à distribuição internacional de medicamentes. A afinidade histórica e cultural com os Países de Língua Oficial Portuguesa, assim como a proximidade com os parceiros europeus, faz com estes sejam, historicamente, os principais mercados com os quais os operadores portugueses mantêm trocas comerciais regulares.
Mais recentemente, diversas empresas têm, com sucesso, procurado diversificar os mercados com que trabalham, podendo-se considerar hoje que os distribuidores internacionais de medicamentos portugueses estão entre os mais competentes e abrangentes a nível mundial.